Publicações/ Extremidades: experimentos críticos 1

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É preciso falar dos extremos e das extremidades para construir pontes e conexões. Em um cenário político e social de incertezas e rupturas, que produzem conflitos e turbulências de todo tipo, cartografar as margens, fronteiras e limites nos dá mobilidade para atravessar esses extremos e produzir um comum. A Coleção Extremidades: experimentos críticos, organizada por Christine Mello, reúne uma série de ensaios que evidenciam as linguagens limítrofes e em transformação no campo das artes e práticas midiáticas. Atravessando o cinema, a produção audiovisual, as instalações de vídeo, o midiativismo e obras multiplataformas, os textos críticos partem das noções de desconstrução, contaminação e compartilhamento para explorar os limites entre os espaços sociais, as ações artísticas e as linguagens midiáticas. E o que vemos? A arte contemporânea, o cinema, o audiovisual e a artemídia produzindo imagens, sons, sensações que nos tiram de certo anestesiamento, que ressignificam a banalidade cotidiana, que desnaturalizam as imagens da violência e produzem uma outra partilha do sensível, introduzindo novos sujeitos e objetos, tornando visível o que não era visto, fazendo falar os que não eram ouvidos. Os textos exploram essa potência disruptiva das linguagens que produzem um presente dilatado, bifurcado, expandido através de um sem número de dispositivos que reinventam a nossa percepção do tempo e do espaço, que modificam nossas formas de relacionamento, que nos potencializam, mas também nos controlam. O que percebemos nesses experimentos críticos é que a vida inteira está implicada em cada fragmento de obra. Por isso é possível falar dos estados da paixão a partir da estética dos desvios e ruídos do vídeo digital. Pensar o cinema contemporâneo a partir das figuras de linguagem do vídeo. Perceber os dispositivos e suas estratégias nos documentários. Mergulhar nos processos políticos e criativos dos coletivos e do midiativismo. Encontrar as relações entre as imagens, o corpo, o som e a paisagem urbana. Ou, ainda, perceber a potência de uma música visual e tática para criar mundos.

Ivana Bentes