Agenda/ Lab eXtremidades tensiona os limiares da pesquisa em tempos adversos

Lab eXtremidades tensiona os limiares da pesquisa em tempos adversos

Dia e horário: Dias 19 e 20 de maio, às 16h e às 19h

Local: Oficina Cultural Oswald De Andrade

Endereço: http://poiesis.org.br/maiscultura/oficinas_culturais/lab-extremidades-da-adversidade-seguimos-vivendo/

São Paulo, maio de 2021 – O Grupo de Pesquisa Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance, arte contemporânea realiza o “Lab eXtremidades: Da adversidade seguimos vivendo”, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, nos dias 19 e 20 de maio, com transmissão simultânea pelo canal das Oficinas Culturais e pelo canal da Plataforma Extremidades no YouTube. Coordenado por Christine Mello e Larissa Macêdo, o grupo integra o Programa de Pós-Gradução em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O encontro tem como objetivo ativar conversas e escutas relacionadas ao pré-lançamento do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2 produzido pelo grupo, e gerar reflexões acerca do ciclo de leituras de epistemologias contra-coloniais, realizado ao longo do primeiro semestre de 2021 em parceria com o grupo de pesquisa Corpo-imagem-Som: pesquisa artística e práticas experimentais da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas – RS).

O evento terá quatro mesas temáticas divididas entre os dois dias, com discussões sobre a experiência contemporânea sob a perspectiva das extremidades, conceito criado por Christine Mello, contando sempre com a presença de um mediador responsável pelas mesas, apresentações de convidados sobre os temas propostos e um grupo aberto para comentários.

Na abertura do encontro, teremos análises críticas sobre fenômenos e experiências artísticas e midiáticas no século XXI, apresentadas pelos autores do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2, que será publicado pela Estação das Letras e Cores Editora. O texto de Christine Mello, organizadora da Coleção Extremidades, convida o leitor a refletir sobre passagens, atravessamentos e contaminações entre os campos da comunicação, da arte e das redes audiovisuais em um panorama de agenciamentos políticos, históricos, estéticos e tecnológicos, a partir da abordagem das extremidades. “O pensamento das extremidades caminha em direção à articulação entre campos não oponentes, mas complementares. É utilizado como atitude de deslocamento do campo observacional, de olhar para as zonas-limite, as pontas extremas, interconectadas em variadas práticas da atualidade”, afirma Christine.

O livro é formado ainda por mais seis artigos. O ensaio “Da adversidade seguimos vivendo”, de Andrea Lombardi, analisa o papel dos museus e instituições de arte a partir dos casos de censura às artes que ocorreram em 2017 no Brasil, em um período marcado por intolerância e conservadorismo. O artigo “Outras estratégias para o documentário a partir de vídeocartas no trabalho de Coraci Ruiz e Julio Matos”, de Felipe F. Neves, faz aproximações entre os conceitos de dispositivo e vídeo-cartas, demonstrando a construção de uma rede audiovisual e a potencialidade da imagem em rede a partir dos vetores de leitura das extremidades.

O texto “Mutabilidade e potência de vitalidade na obra Gênesis (1999)”, de Eduardo Kac, de Nathalia Silveira Rech, concentra-se na análise da obra Gênesis (1999), do artista brasileiro Eduardo Kac (Rio de Janeiro, 1962), partindo da abordagem das extremidades. Já o artigo “Canal*MOTOBOY: nas extremidades da arte contemporânea”, de Maria Eunice Azambuja de Araujo, apresenta uma leitura crítica sobre o projeto Canal*MOTOBOY, que é uma proposição artística idealizada pelo artista Antoni Abad (Lérida, 1956), realizada de forma colaborativa com motoboys da cidade de São Paulo.

O ensaio “As extremidades do vídeo na Internet em Verde e Amarelo: trilogia incompleta do coletivo quarta pessoa do singular”, de Juliana Garzillo e Lucas Lespier, analisa o documentário Verde e amarelo: trilogia incompleta (2016), realizado pelo Coletivo Quarta Pessoa do Singular, que retrata os protestos que ocorreram na Avenida Paulista, em São Paulo, a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. No artigo “Conexões sistêmicas nas redes: aproximações entre arte e matemática”, Hermes Renato Hildebrand e Andréia Machado Oliveira apontam que a Teoria das Redes e dos Grafos organizam os espaços de representação de várias áreas do conhecimento humano, em particular das produções matemáticas, artísticas e midiáticas.

A mesa 2, cujo tema é a Pluriversalidade e Ética na Pesquisa, trata da importância e da necessidade da pluriversalidade na pesquisa como processo ético, essencial e contínuo. Com mediação de Felipe Merker e Larissa Macêdo, a mesa será formada por Andy Marques, Lucas Moura Barboza, Luna Girão, Marco Antonio Duarte Silva, Natalia Homero e Renata Sampaio, e tem como intuito propor reflexões para o  avanço das questões étnico-raciais e o rompimento com os epistemicídios no campo científico social. Como parte desse processo, destaque-se a realização do ciclo de leituras contra-colonais brasileiras e debates realizados ao longo do primeiro semestre de 2021 no Grupo de Pesquisa Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance, arte contemporânea em parceria com o Grupo de Pesquisa Corpo-imagem-Som: pesquisa artística e práticas experimentais da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), e a organização do livro Debates (título provisório) que será lançado pela Coleção Extremidades em 2022.

A mesa 3  trata da Diversidade da pesquisa nas extremidades, com propostas de trabalhos de participantes do grupo Grupo Extremidades. Fernanda Oliveira e Paula Squaiella apresentam o Meio a Meio – Coletivo Curatorial, cujo proposta está estruturada nos questionamentos sobre as formas de curadoria contemporânea e suas possíveis reconfigurações.

Henrique Nogueira Neme articula o Mise en scène e corpo no cinema contemporâneo: a multiplicidade estética cinematográfica na sua articulação em imagens e questiona: a multiplicidade de ordem estética e expressiva do cinema poderia ser evidenciada ao se olhar as produções centradas nas salas de exibição, sob a perspectiva da abordagem das extremidades?

Malka Borenstein propõe uma residência virtual com encontros pela ferramenta Zoom, na qual as participantes compartilham seus processos em Vai Passar, uma residência artística on-line para mulheres. Um dos objetivos da residência é o de troca de pensamentos em um espaço de acolhimento, escuta e ativação dos afetos. 

Em Tecnologias Desobedientes, Laura Andreato, Luiz Ricas e Victor Guerra abordam a pesquisa do artista cubano Ernesto Oroza, radicado na França, que relaciona a fabricação e estética do objeto voltado a noção de desobediência tecnológica e sua aplicação prática na vida das pessoas. O foco aqui é criar um espaço coletivo de discussão, documentação e atuação prática na democratização dessas tecnologias com foco na aprendizagem e aplicação desses processos em contextos sociais específicos de impermanência e emergência. Já na Performatividade drag queen na Comunidade gaymers, Vitor Henrique busca compreender as expressões de captura da coletividade da comunidade LGBTQIA+ e da arte drag queen que estão sendo associadas e inseridas ao segmento de mercado do mundo dos jogos.

Para fechar o encontro, na mesa 4 teremos Jovens do fundão: redes comunitárias e multiplicação de articuladores no extremo da cidade. Jovens residentes nas regiões periféricas da cidade de São Paulo falando sobre a constituição da Rede de Jovens do Fundão, a partir das demandas especificamente locais. O papo entre Bruno Souza, Felipe Costa, Lucas Moura Barboza, Rogério Souza e Vanessa Nunes será mediado por Renata Sampaio, e vai abordar desde o início do projeto como um Núcleo de Jovens Políticos até as ações recentes e suas metas para o futuro, dando ênfase ao poder das ações individuais e coletivas e o potencial de formar e multiplicar lideranças.

Programação

Data: 19 de maio (quarta-feira)

  • 16h – 18h:  DA ADVERSIDADE SEGUIMOS VIVENDO – PRÉ LANÇAMENTO LIVRO EXTREMIDADES: EXPERIMENTOS CRÍTICOS 2 
  • Abertura: Christine Mello
  • Tema: Da adversidade seguimos vivendo | antes e depois, temporalidade da escrita x publicação (impactos do COVID-19)
  • Mediação: Geovana Pagel
  • Apresentações: Christine Mello e  Andrea Lombardi
  • Autores do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2: Andréia Machado Oliveira, Hermes Renato Hildebrand, Juliana Garzillo, Lucas Lespier e Nathalia Silveira Rech.
  • 18h: Intervalo
  • 19h – 21h:  PLURIVERSALIDADE E ÉTICA NA PESQUISA 
  • Mediação: Felipe Merker e Larissa Macêdo
  • Apresentações: integrantes do grupo de pesquisa Corpo-imagem-Som: pesquisa artística e práticas experimentais da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas – RS): Andy Marques, Lucas Moura Barboza, Luna Girão, Marco Antonio Duarte Silva, Natalia Homero e Renata Sampaio.
  • 21h: Encerramento – Larissa Macêdo

Data: 20 de maio (quinta-feira)

  • 16h – 18h:  DIVERSIDADE DA PESQUISA NAS EXTREMIDADES – PROPOSTAS DE TRABALHOS DE PARTICIPANTES DO GRUPO EXTREMIDADES
  • Abertura: Christine Mello
  • Mediação: Andrea Lombardi
  • Apresentações: 

– Fernanda Oliveira e Paula Squaiella | projeto: MEIO A MEIO – Coletivo Curatorial 

– Henrique Nogueira Neme | projeto: Mise en scène e corpo no cinema contemporâneo: a multiplicidade estética cinematográfica na sua articulação em imagens

– Laura Andreato, Luiz Ricas e Victor Guerra | projeto: Tecnologias Desobedientes 

– Malka Borenstein | projeto: Vai Passar, uma residência artística online para mulheres

– Vitor Henrique | projeto: Performatividade drag queen na Comunidade gaymers

  •   18h: Intervalo
  •   19h – 21h: JOVENS DO FUNDÃO: REDES COMUNITÁRIAS E MULTIPLICAÇÃO DE ARTICULADORES NO EXTREMO DA CIDADE
  • Abertura: Larissa Macêdo
  • Mediação: Renata Sampaio
  • Apresentações: Bruno Souza, Felipe Costa, Lucas Moura Barboza, Rogério Souza e Vanessa Nunes
  • 21h: Encerramento – Christine Mello

 

SERVIÇO: 

“Lab eXtremidades: Da adversidade seguimos vivendo”

Dias 19 e 20 de maio

Classificação indicativa: Livre

 

Os participantes que quiserem receber certificado precisam se inscrever neste  link.