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Insurreição na garganta: a estética-política em Elza Soares

Lígia Moreira Moreli

Credito da imagem: Karime Xavier/Folhapress

 

Esta dissertação tem como estudo a artista Elza Soares (Rio de Janeiro, RJ, 1930) e busca investigar a travessia que ela fez para uma estética-política, seus traços insurgentes e a transversalidade de sua música pós-redes sociais digitais. O corpus da pesquisa tem como foco os efeitos do álbum A Mulher do Fim do Mundo (2015), relacionando-os ao show que a cantora realizou na edição de 2019 do festival Rock in Rio e sua repercussão nas redes sociais, com destaque para o Instagram. O objetivo da pesquisa é apontar uma poética de insurgência presente durante toda a trajetória da artista e que se revela em toda sua potência no álbum A Mulher do Fim do Mundo, que aqui caracterizamos como um postulado político-estético. Para tanto, exploramos os componentes performáticos e o significado político de declarações artísticas e inovadoras de Elza Soares no século XXI, que vão de canções como “A Mulher do Fim do Mundo”, “Maria da Vila Matilde”, “Benedita” e a retomada da emblemática “A Carne”, às declarações da artista contra o racismo, o machismo e a homofobia. A pesquisa toma como instrumental de leitura a abordagem das extremidades, de Christine Mello, que se vale das noções de desconstrução, contaminação e compartilhamento para explorar os limites entre espaços sociais, ações artísticas e linguagens midiáticas. A partir dela, buscamos refletir sobre a dimensão da insurgência na poética de Elza Soares e como ela problematiza as tensões entre o mundo global e periférico, dando luz às subjetividades dos chamados grupos minoritários como uma possibilidade de resistência micropolítica para propor um diálogo e a possibilidade de um novo mundo. A estrutura teórica é de caráter interdisciplinar e passa pelos campos da filosofia, no que se refere à estética contemporânea (Jacques Rancière), ao feminismo negro (Lélia Gonzalez) e à emergência das lutas de corpos afrodiaspóricos (Leda Maria Martins); das ciências políticas e psicanálise, com estudos sobre micropolítica e pós-colonialismo (Suely Rolnik); e das teorias de mídia, nos aspectos relacionados à imagem, estética e biopolítica do feminino (Tarcisio Torres Silva).

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